quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Explosão estelar iluminará o céu nas próximas semanas

Uma explosão estelar excepcionalmente próxima da Terra vai iluminar o céu nas próximas semanas. A explosão da supernova será na Galáxia do Charuto, chamada assim devido ao seu formato. O local fica a cerca de 12 milhões de anos-luz da Terra e oferecerá uma oportunidade única para se estudar uma supernova.

A descoberta, no entanto, foi feita por acaso. Steve Fossey, um astrônomo do University College de Londres (UCL), da Grã-Bretanha, descobriu a supernova com um pequeno telescópio de 35 centímetros.

"Estávamos fazendo uma observação há uma semana com estudantes do UCL e, em uma das imagens que conseguimos, de curta exposição, pudemos ver este ponto brilhante de luz na imagem da galáxia. Imediatamente nos demos conta que isto era uma supernova, a explosão de uma estrela", disse Fossey à BBC.

Fossey consultou colegas de outros observatórios e confirmou a descoberta. A União Astronômica Internacional catalogou a supernova como SN2014J.

A supernova é tão brilhante que poderá ser vista com telescópios domésticos de boa qualidade ou até mesmo com binóculos, quando atingir o ponto máximo de seu brilho, algo que deve ocorrer dentro de uma semana.

Junto com observadores do mundo todo, Fossey se prepara para recolher informações e aprender tudo o que puder enquanto a supernova for visível no céu.

Oportunidade

O astrônomo explicou que esta galáxia, "em particular, é incomum e está muito próxima; uma supernova tão próxima como esta provavelmente ocorre uma vez em décadas".

"É uma oportunidade excelente para a frota de naves espaciais que temos e para os observatórios na Terra", acrescentou Fossey.

A supernova da Galáxia do Charuto, na constelação de Ursa Maior, permanecerá brilhante por cerca de um mês e os cientistas querem aproveitar ao máximo a possibilidade de conhecer todos os segredos desta galáxia.

"Um dos modelos aceitos é que ela tem o que chamamos de uma anã branca, que efetivamente é uma estrela como o Sol e que está na fase final de sua vida, inerte e quente, uma estrela que tem uma companheira binária, uma amiga, atraindo material dessa amiga e ficando maior e mais quente até que se detona a uma temperatura crítica e explode em pedaços", explicou o astrônomo.


"Com estas naves no espaço, podemos observar a onda expansiva deste material, desta explosão, ao impactar no material que há a seu redor, incluindo sua companheira. E esta é a chave, precisamos compreender a companheira", acrescentou Fossey.

O cientista afirma que esta poderia ser uma estrela como o Sol ou este poderia ser um outro tipo de evento espacial, que incluiria duas anãs brancas.

Para o cientista, compreender estes "estalos estelares" pode levar à resolução de outros mistérios, pois as "supernovas são faróis de luz".

Além de ajudar a compreender o processo de morte de uma estrela, as supernovas são muito importantes pela luminosidade, que permite medir com precisão as distâncias entre as galáxias do universo, disse Fossey.

O cientista afirmou que os astrônomos estão vivendo semanas de "atividade furiosa" com os instrumentos ópticos espaciais e terrestres apontando para a direção da galáxia, para acompanhar este processo e conseguir toda a informação possível sobre o brilhante fim desta estrela.​

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

SUPERNOVA DESCOBERTA EM M82

Uma estrela que explodiu apareceu subitamente no céu nocturno, deslumbrando os astrónomos que não viam uma supernova tão perto do nosso Sistema Solar há mais de 20 anos.

Só nos últimos dias, a supernova emergiu como uma luz brilhante (magnitude 10,5) em Messier 82 - também conhecida como a Galáxia do Charuto - a cerca de 12 milhões de anos-luz de distância na direcção da constelação de Ursa Maior. A supernova, que um astrónomo descreveu como um potencial "Santo Graal" para os cientistas, foi descoberta pelos estudantes Ben Cooke, Tom Weight, Matthew Wilde e Guy Pollack, da University College London (UCL). A descoberta foi feita por acaso - um workshop telescópico de 10 minutos para os alunos - e levou a uma correria mundial para adquirir imagens e espectros do objecto.

Posicionada entre a Ursa Maior e a Ursa Menor, a nova supernova deve ser fácil de avistar por observadores celestes no Hemisfério Norte; pode até chegar a ser brilhante o suficiente para ser observada por um pequeno par de binóculos, realça o astrónomo Brad Tucker, da Universidade Nacional da Austrália e da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Nova supernova no céu

Mas além da criação de um espectáculo celeste, o evento cósmico também dá aos astrónomos uma oportunidade rara para estudar um objecto que pode ajudá-los a compreender a energia escura.
A supernova foi observada pela primeira vez na Terça-feira passada (21 de Janeiro) às 19:20 (hora local, bem como hora portuguesa) por um grupo de estudantes liderados por Steve Fossey da University College London. Segundo a UCL, o objecto pode ser a supernova mais próxima desde a intensa supernova 1987A que foi avistada em Fevereiro de 1987 na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã companheira da Via Láctea a cerca de 168.000 anos-luz da Terra.

"Foi uma experiência surreal e emocionante, obter imagens do objecto não identificado enquanto Steve corria pelo observatório a verificar o resultado," realça o estudante Guy Pollack num comunicado.

Os astrónomos do Caltech confirmaram a supernova e classificaram-na como uma supernova Tipo Ia jovem e avermelhada. Pensa-se que estes tipos de objectos sejam originários de um sistema binário íntimo onde pelo menos uma estrela é uma anã branca, o núcleo denso e pequeno de uma estrela que cessou as suas reacções nucleares. Se a anã branca desviar muita massa da sua companheira, começa dentro da estrela morta uma reacção nuclear em fuga, levando a uma supernova brilhante.

Acredita-se que as supernovas Tipo Ia brilhem com intensidade igual nos seus picos, por isso são usadas como "velas padrão" para medir distâncias em todo o Universo. Na verdade, a medição detalhada de supernovas Ia levou à descoberta, recompensada com um Prémio Nobel, da aceleração da expansão do Universo.

O "Santo Graal" das supernovas

Para aprender mais sobre a causa desta aceleração (o que os cientistas chamam de energia escura), Tucker disse que os astrónomos precisam de medidas mais precisas.

"Os dois grandes problemas no uso de supernovas Ia para medições de distância, são os progenitores, o tipo de estrela que explode, e como a poeira afecta estas medições," explicou Tucker. "Por isso o facto de esta [supernova] ser do Tipo Ia, descoberta em tenra idade, significa que temos uma boa hipótese de encontrar pistas sobre a explosão."

O Telescópio Espacial Hubble também capturou imagens detalhadas da Galáxia do Chaturo antes da estrela ter explodido, o que significa que os astrónomos podem ser capazes de observar directamente a estrela em observações passadas, explica Tucker.

Além do mais, esta é uma supernova "avermelhada", o que significa que ocorreu num ambiente empoeirado.
"Ao saber que existe muita poeira, podemos analisar a forma como esta afecta as cores [da supernova] e, portanto, as medidas da distância, e usá-la para calibrar outras [supernovas]," acrescenta Tucker. "Em suma, este é o Santo Graal".

O Departamento Central de Telegramas Astronómicos da União Astronómica Internacional listou algumas das observações da supernova sob a designação temporária PSN J09554214+6940260 (agora chama-se SN 2014J), começando com uma observação de 22 de Janeiro por um grupo de astrónomos amadores na Rússia.
As imagens do telescópio robótico KAIT do Observatório Lick na Califórnia, caçador de supernovas, confirmam que o objecto não estava presente até 15 de Janeiro, o que significa que a supernova tem apenas poucos dias de idade," comenta Tucker.

Fonte: CCVALG/Astronomia Online

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Cientistas na Nasa tentam desvendar mistério sobre pedra branca em Marte



Foto: Nasa

Cientistas estão intrigados sobre como uma pedra apareceu misteriosamente numa foto enviada de Marte pelo robô explorador Opportunity. O robô, que aterrissou há uma década na região chamada Meridiani Planum, explora a borda de uma cratera por sinais de existência de água no passado.

Um outro robô, o Curiosity, aterrissou do outro lado do planeta em 2012 para a mais ambiciosa missão de procurar lugares habitáveis no passado. Contudo, no momento, os cientistas tratam de uma questão mais imediata. Em 8 de janeiro, quando se preparava para uma investigação científica, o Opportunity enviou uma foto do seu trabalho na área.

Estranhamente, ela mostrou uma pedra brilhante branca, do tamanho de um pãozinho, onde somente solo rochoso aparecia na foto tirada duas semanas antes. Os cientistas suspeitam que a pedra foi virada por uma das rodas do robô. Pode também ter parado ali por conta da queda de um meteorito.

Fonte: Reuters